O gasto de combustível com o motor ocioso é um dos assuntos que gera preocupação a muitos empresários e gestores de frota pelo Brasil. Não é sem razão, esta é uma cena muito mais comum do que se imagina: o funcionário chega na empresa, entra no veículo que vai operar, senta-se no banco, confere os espelhos, dá a partida… E sai para tomar um café.
Uma parte dessa prática se justifica por uma necessidade técnica: alguns veículos demandam que o motor permaneça ligado por um certo período de tempo antes de ser utilizado. Porém há também um (mal) hábito do motorista ou da cultura da empresa, que às vezes faz com que o motor fique ligado por mais tempo além do necessário, o que resulta em prejuízos ambientais, desperdício de tempo, de recursos da empresa etc.
Motor ligado enquanto o motorista aguarda no veículo
Há uma outra situação que também é muito comum nesse universo: manter o motor ligado enquanto o motorista aguarda pessoas em algum tipo de evento, como um casamento ou uma formatura, por exemplo.
Seja para manter o ar-condicionado funcionando ou também por um mal costume, isso ocorre de forma corrente, sem que sequer haja um conhecimento por parte daqueles que gerenciam uma frota ou um conjunto grande de veículos.
Mas é necessário deixar o motor ocioso por um tempo?
Para responder a essa questão é necessário entender um pouco mais sobre a parte técnica do processo. A rigor todo motor, mesmo o dos carros leves, precisa de um tempo de aquecimento antes de entrar em operação. Mas aqui é necessário abrir um parêntese: no caso dos veículos leves a diferença é que isso não é imprescindível.
Todo motor necessita de aquecimento, principalmente para que o lubrificante se torne mais “líquido” e percorra mais facilmente pelo motor. No caso dos veículos de passeio, as tecnologias reduziram bastante esse tipo de necessidade sendo recomendado apenas que eles sejam conduzidos de forma mais “suave”. Isto é, evitando os chamados “trancos”, acelerações bruscas etc, no início da operação.
Assim, em relação aos carros leves, se o tempo de espera for maior do que o de 30 segundos (como um engarrafamento, por exemplo), desligar e dar uma nova partida é mais econômico do que manter o veículo com o motor ocioso por muito tempo.
Caminhões, ônibus e carros de grande porte
No caso dos caminhões, ônibus e de outros veículos pesados a realidade é outra.
Seja para o serviço de entregas, ou para o transporte de pessoas é necessário sim um certo tempo de motor ocioso, para que o sistema de lubrificação, hidráulico e de freios possa entrar em operação. Isso varia muito de veículo para veículo, esse tempo pode ser de 5, 10, 15, 20, 30 minutos… Dependendo do porte, utilização do veículo e também do tipo de combustível usado.
O motor de uma carreta, por exemplo, é muito amplo, comporta muitas peças e recebe uma pressão muito grande em função do peso que precisa carregar. Assim, esse processo não é somente indicado, mas fundamental para que o veículo possa funcionar corretamente.
Porém aí reside uma questão chave: existe um tempo específico para deixar o motor ocioso. E para saber quanto tempo, é necessário que o motorista consulte o manual e confira o período de tempo que o motor precisa para chegar às condições adequadas para operação.
Depois, sabendo o tempo necessário de aquecimento do motor, todo esse controle do tempo adequado pode ser feito através de ferramentas de gestão de frota, que permitem ao gestor saber exatamente o período empregado de motor ocioso e se há excessos nesse sentido.
Como funciona o controle de motor ocioso?
Essa é uma questão recorrente: afinal, como pode ser feito todo esse controle?
É impossível saber de maneira precisa, exceto através de um sistema de gestão inteligente de frota. A solução de gestão de frota utiliza tecnologias de rastreamento e telemetria para obter as informações necessárias sobre o uso dos veículos.
Esses sistemas de telemetria permitem fazer a leitura de uma série de informações sobre o uso do veículo: posicionamento, uso das portas, abastecimento, descarregamento de materiais, temperatura de baús e também o controle de giro do motor, que é a solução utilizada para saber o tempo ocioso do motor.
Como funciona esse controle: através de um sensor de diferença de voltagem ou de ligação pós-chave, o rastreador identifica a ignição de um veículo. Essa mensagem então é repassada para o sistema e aliada à informação de movimentação do carro, que é obtida por geolocalização.
Se o veículo se movimentou, o rastreador simplesmente identifica que o carro está sendo utilizado. Se o carro deu a partida porém permanece no mesmo lugar, isso demonstra que o motor está ocioso. Aí há o início de uma contagem interna. Se o cronômetro avança para além do tempo estipulado pelo gestor, o sistema de rastreamento enviará um alerta, informando que há a situação de motor ocioso em excesso, de acordo às regras estipuladas pelo uso de tal veículo em particular.
O mais importante é que de forma muito simples e prática, é possível saber como é feita a utilização dos veículos da empresa e principalmente é possível uma redução significativa dos custos de manutenção, uso de combustível dos veículos etc.